Me peguei ouvindo uma música que há muito não ouvia, estava no aleatório do spotify, o som em reverso, um pequeno riff do baixo e a voz suave de Scott Weiland (Rip) cantando a frase que abre a canção “Sometimes I think I'm scared”. Minha atenção foi chamada para a canção Loving the alien do Velvet Revolver. E que musica linda! Quando se trata de música, o sentimento é diferente, é como se de alguma forma, fizesse parte, ou complementasse o vazio que sentimos todos os dias. Mas seguimos em frente como diz o refrão da canção. E é esse sentimento, estou seguindo em frente. Juntei os pedaços e me coloquei no caminho para algum lugar, esse ano tem sido diferente, diferente de várias formas; Receitas de como viver a vida mudaram e o destino anda brincando, mas tudo bem, a graça da vida talvez esteja nesse complexo e amontoado de sentimentos e eu estou fazendo o caminho de fone de ouvidos. Como diz Humberto Gessinger, somos quem podemos ser, só que eu tento mais. Perdemos a sensibilidade com muitas coisas e eu sinceramente tenho observado toda distorção que temos vivido. A pior parte é não agir diferente, seja por impulso, ansiedade ou ego. Ganhamos a malicia e a ganância da sociedade como todo e não estou aqui falando de política ou de movimento. Estou a falar (ou melhor escrevendo) sobre o amor e carinho no olhar, seja com amigos, com o amor, ou a empatia com o próximo. Comemoramos tragédias, e se por exemplo quando a vida traz a conta para aquele que lhe fez algo de ruim e você fica genuinamente feliz, te faz diferente? Já me perdi nos pensamentos e essa é uma das graças deste poder que a música tem, é um transporte, sem passagem, sem custo, sem veículo sem pedágio que te leva sem roteiro. Os destinos são os mais variados lugares e as vezes dentro do seu próprio quarto, dentro da sua própria cabeça. Como disse Eduardo Galeano e sintetizado na música por Guilherme de Sá: “Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos.” O que você tem feito?
